O taxista e os médicos cubanos

O taxista olhou para os ônibus parados na Conde da Boa Vista.

Quando vejo essas coisas fico logo pensando que é protesto. Sexta-feira mesmo, teve um, sabia? Agora os médicos também tão dizendo que vão protestar, por causa desses médicos que tão vindo aí. Mas vou dizer uma coisa para senhora, eu não estudei não... não tive oportunidade, nasci no interior, entende? Mas ó, eu vou dizer... O pessoal fica falando que esse médicos não vão dar certo, porque não vão conseguir se comunicar, mas acho que isso não tem nada a ver. Porque a gente se adapta sabe? Isso é o mais fácil...

Eu tenho um minino. Um menino não, mas falo menino porque é assim, o filho da gente é sempre criança. E aí ele tinha uma doença que médico ninhum dava jeito. Médico ninhum. Ó, eu mandei ele até pra São Paulo, porque eu tenho uma filha que mora lá. Ele foi, voltou. E nada! Aí um médico aqui em Recife, que falava meio diferente, falava assim com aquele jeito que você vê que não é daqui do Brasil, sabe? Ele que curou o rapaz. Agora meu minino tá bonzinho, tá com 37 anos. Eu falo que ele não era daqui pelo sotaque, diferente.

Acho bobagem essas reclamações. Se é pra ajudar, deixa os médicos virem!