Sentimentalismos

"A maioria das idéias sentimentais envolvem, no fundo, um profundo descaso, ainda que inconsciente." (Janes Jacob em "Morte e Vida de Grandes Cidades)

"Eu sei,
Eu não sei viver sem ela
Assim, um simples talvez me desespera
Ninguém pode querer bem ser ralar
Não há nada o que fazer
Amar é tudo"
(Djavan em "Amar é tudo")

"Aaaaiii
Me faz sofrer
Faz que me mata
E se não mata fere"
(Djavan em "Samurai")

"Meu bem querer
Meu encanto, estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado para morrer de amor"
(Djavan em "Meu bem-qerer")

"Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores"
(Djavan em "Nem um dia)

"O amor não é, primacialmente, uma relação para com uma pessoa específica; é uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e não para com um 'objeto' de amor. Se uma pessoa ama apenas a uma outra pessoa e é indiferente ao resto dos seus semelhantes, seu amor não é amor, mas um afeto simbiótico, ou um egoísmo ampliado. (...) Se posso dizer a outrem, 'Eu te amo', devo ser capaz de dizer: 'Amo em ti a todos, através de ti amo o mundo, amo-me a mim mesmo em ti'." (Erich Fromm em "A arte de amar")

Hoje, ao mesmo tempo que lia o livro citado na primeira frase, escutava uma playlist do compositor supracitado. Todas as suas músicas que ouvi, falavam em um certo amor. Mas que amor estranho é esse que faz sofrer, leva a morte e afasta da felicidade? É uma pena se inverter assim o sentido da vida. Não acredito que se deva buscar prazer na dor, isso certamente não traz felicidade a ninguém. Nem é o amor um dom, é antes inerente a todo ser humano. Os sentimentalismos nos afastam da visão objetiva madura da realidade. Concordo com a idéia do amor ser uma orientação, uma forma de se colocar no mundo, que norteia suas atitudes.

Não me excluo do grupo de pessoas que se perdem na ansiedade de encontrar um par. Faz parte do processo de aprendizagem. E tenho aprendido muito pelas minhas andanças. Aprendido a compreender, a manter a calma. Tropeço. Mas sigo em frente.

Deixa um oi!

Aliçu disse...

Ahh, nada como o empirismo do amor! O amor deixa você flutuar e ir aonde quiser, mas depois da vivência aterrissa você em solo nobre. Assim como Cézanne via as coisas pelas suas formas fundamentais, assim quem vive e observa as coisas com essa clareza consegue ir um passo além.

Paulão Fardadão Cheio de Bala disse...

Djavan é uma bosta por essas e oitras. Raul q gostava da maçã.