Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2011


Fui no aeroporto Santos Dumont trocar minhas passagens de avião para visitar meu namorado. Santos Dumont, construção moderna não sei de qual arquiteto, mas os jardins certamente são de Burle Marx.

Descobri que não há quase dinheiro na minha conta. Raspei os 20 reais restantes (provavelmente do crédito que o Banco me dá). Apenas um pouco além do que necessito para retornar para casa.

Torci para a alteração da passagem não custar além da nota de 100 que havia reservado na carteira. 99 e 30 centavos. Sem crédito no celular. Resolvi procurar o CCBB onde há entretenimento e cultura gratuitos e um banco para verificar se a minha ajuda de custo já caiu.

Ao som de Raul cantando o Rio, saí me sentindo leve sem o peso do níquel ou da comunicação intermitente.

Um prédio suntuoso. Mosteiro? Santa Casa da Misericórdia. Travesti com cabelos de linha e fumante sorri para  mim, enquanto eu passava por uma feira desconjuntada.

Depois caio na Avenida Antônio Carlos. Outro prédio suntuoso. Pesado. Lembra-me Bruand. Trânsito absurdo de ônibus. Ministério da Fazenda. Sim é ele, já do século XX, com aparência greco-romana. Contemporâneo do meu amado Gustavo Capanema.

Clima agradável, nem frio, nem calor. Nem sol, nem chuva.

Escrevo ao pé dos postes que iluminam a escadaria.