Garis

A princípio eu me incomodava com o estrondoso barulho do caminhão de lixo que passa entre dez e onze da noite. Por vezes estava dormindo e me acordava assustada. Agora não durmo mais tão cedo e não raras vezes vou para a janela observar o caminhão passar e o bom humor dos garis. Assobiam, brincam e cantam: vou apertar mas não vou acender agora*.

Apesar de ter um bar na minha rua, não me acostumei a frequentá-lo como extensão da casa, como muito facilmente acontece com os bares das nossas ruas. Em outros tempos, ia mais por lá. Os amigos moravam aqui pelo Centro e os happy hours eram mais frequentes. Alguns amigos foram-se de Teresina e outros foram-se do bairro. Cá fiquei, no hotel desativado.

Mas essa semana outros amigos me chamaram nesse bar. Eu que mesmo ouvindo a música tinha sentido preguiça de ir lá fora vivenciar a cidade, resolvi sair. E talvez pela primeira vez fui à rua no mesmo momento que passava o caminhão de lixo. Realmente não me espantei que ficassem me olhando e falando gracejos entre si. Só fiquei pensando se sabem eles que os olho quase todos os dias.

*O repertório deles não se restringe a essa música. Essa foi a última que me marcou.

Deixa um oi!

Aliçu disse...

"Se liga nesse poema do Quintana" - http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/s720x720/381929_186401664785464_100002468946826_360014_1983321009_n.jpg

LARISSA LIRA TOLLSTADIUS disse...

Eu não entendi pq poema do Quintana...

Já tinha visto essa imagem. Muito massa né? Dou valor :)

Anônimo disse...

Quantos saberão da nossa existência, não é?...